Minhas paixões são quase sempre tempestades

"A paixão é uma emoção complexa, um fascínio tentadoramente irracional. Pode causar euforia, satisfação ou ainda tristeza, desolação. Embora a nomeiem de traiçoeira, já que dura pouco tempo, ninguém, ao se ver frente a ela, hesitará em experimentá-la em todas as suas facetas. A Paixão é o desejo, é uma necessidade que debilita a mente e principalmente o corpo; é colorida, artística, criativa, vã. É uma boa dose de alucinógino ... "

Quando li esse pedacinho de um texto de uma bloqueira que achei na internet (aliás, aí vão os créditos: Luciana P.) achei que tinha encontrado a explicação mais realista sobre a paixão. Mas, no fim, me dei conta que texto nenhum poderá definir o que nem nós mesmos, pessoalmente, conseguimos explicar!

Na minha vida a paixão sempre foi elemento primordial, meu combustível. É ela quem me movimenta, quem me inspira, quem me impulsiona, que faz com que a vida tenha graça e cm que eu me sinta mais viva.

Sempre tive muitas paixões... por coisas, por pessoas, por lugares, por hábitos. E cada uma delas cumpriu um papel importante na minha vida. Me ensinaram, me desprenderam, me elevaram.

Quem me conhece sabe: um dos adjetivos que me definem é INTENSIDADE. Sou muito intensa (geminiana, cof, cof!). Muitos já ouviram de mim que tudo nessa vida é uma questão de propósito. Quando vc se propõem a algo, certamente vc alcançará ou, ao menos, chegará bem perto, o que lhe garantirá aquela sensação compensadora de dever cumprido numa guerra pessoal.

Então quando eu me proponho algo, quando me proponho a conseguir alguma coisa, eu vou com vontade, jogo meu corpo e coloco a minha alma naquilo. Como sou marcada pela dualidade, choro horrores se der tudo errado e fico histérica se tudo der certo.

Não sei dizer qual foi a primeira de toda uma série de paixões/obsessões da minha vida. Já tive paixão por traduzir letras de música em inglês. Isso quando eu era piveta e não sabia mais que o TO BE. Mas me achava com um dicionário na mão, traduzindo as canções mais mela-cueca do cenário pop. E era muito engraçado, porque traduções nunca são tão bonitas quanto as músicas mesmo e eu me decepcionava muito com as letras.

Houve uma época em que eu era apaixonada por escrever. Escrevia um texto por dia, um poeminha pra cada momento da minha vida. Levava até pra minha professora de redação do cursinho, que sempre muito simpática, dizia que eu precisava me aprimorar nas técnicas mas que tinha a essência. Uma fofa. Escrever o que eu estava sentindo era como respirar pra mim: eu tinha de fazer, do contrário não seria capaz de viver. Hoje, acordo nuns dias mais inspirada e em outros não consigo colocar meus pensamentos em uma linha sequer. Desapaixonei? Não, de jeito nenhum. Ainda é uma das coisas que faço por paixão, só acho que aprendi a falar mais o que sentia e a minha NECESSIDADE de escrever ficou obsoleta.

Me apaixonei perdidamente por várias pessoas. Algumas de forma tão intensa que a paixão era quase física, quase palpável. Essas mereceram graaaandes textos e melosas declarações (que, além de mim mesma, só a minha professora de redação leu, porque afinal platonismo também tem o seu charme).

Algumas das minhas paixões foram avassaladoras, outras foram singelas, miudinhas, mais românticas mesmo. Algumas permaneceram e me lembro sempre dessas pessoas. Outras simplesmente se foram, levadas por dissabores e desilusões (vide post anterior).

Aconteça o que acontecer, mesmo que eu mude o foco, as paixões sempre continuarão a me mover. Meus desejos serão sempre tempestades e eu sempre dedicarei meu corpo e minha alma a vivê-las da forma mais intensa que conseguir.

Hoje mesmo eu estou assim, apaixonada, como não poderia deixar de ser! Apaixonada por alguém, apaixonada pela minha vida. Feliz, tranquila… Mesmo com todo o drama e o mimimi que podem aparecer eventualmente.

Pode dizer que estou sendo exagerada. Mas eu fui assim a vida inteira. Nunca reparou?